PAVANA
Água, pedras, lama;
Gritos, prantos e suspiros.
Pessoas mortas, arrastadas;
Corpos perdidos no vazio.
E os poderes ausentes...
E a Igreja longe...
Ah! Mas veio a Polícia...
Veio a polícia
Com quem quis receber
A renda devida
Por um tecto já perdido!
Vieram também
As caridosas damas
Com uma lata de sardinhas
Para as cinco crianças
De uma família!
E só estudantes...
E só estudantes
Sujaram as mãos
Fazendo a sementeira
Dos cravos deAbril!
São Banza
Quando um povo esquece o passado, fica sem futuro!!
ABAIXO A VIOLÊNCIA DE GÉNERO:
HUMANIDADE NÃO TEM SEXO!!
25 DE NOVEMBRO , 2007
DIA MUNDIAL CONTRA A VIOLÊNCIA DE
GÉNERO !!!
Luta e denúncia e muita coragem são necessárias para acabar com o flagelo da violência sobre as mulheres: que não nos faltem!!
Não tenho paciência para complicações desnecessárias, além de que tenho uma difícil relação com máquinas.
Consequentemente não estou disposta a perder mais tempo com as dificuldades do Sapo.
Por isso, decidi mudar de casa.
A todas as pessoas que por aqui passaram , muito particularmente àquelas que me deram o gosto de dialogarem comigo, venho informar do meu novo endereço:
Fico aguardando a vossa presença : a casa continua aberta a quem vier por bem!!
Então, até já...
Acabei de ver un documentário sobre o drama das pessoas cujas insuportáveis condições de vida (?) as obrigam a afrontar todos os riscos, acabando muitas vezes por encontrar uma morte cruel e sem sentido.
Quem consegue aportar à suposta terra da grande oportunidade, percebe logo - e da pior maneira! - que deixou de ser uma pessoa com direitos e deveres para se transformar em clandestino/a.
Sobre esta tragédia sem nome vos deixo aqui um poemeto meu, que para ganhar todo o significado deverá ser contextualizado com a canção" Clandestino", de Manu Chao.
A apreciar no excelente blog do meu caro amigo Desiderio Benito :
http://sensacionesmusicales.blogspot.com/
CLANDESTINOS
Todos nós
somos clandestinos
sobre uma Terra
que não nos pertence
e onde só nos restam
três palmos de sepultura.
Uma referência especial para o meu bom amigo José Gonçalves, a quem sinceramente desejo muitas felicidades neste seu dia de entrada-na-terra!
Boa semana!
Para quem me honrou ao incluir-me na lista dos seus blogs preferidos, toda a minha gratidão e a promessa de tudo tentar para não vos defraudar e estar, assim, à altura da responsabilidade!
Eu própria tenho uma lista de blogs que aprecio muito, só que não consigo convencer o SAPO a receber seja o que for. Já pedi socorro a quem poderá mediar este desentendimento, mas terei que aguardar a disponibilidade do "técnico"...
Agradeço também a quem me tem oferecido símbolos fraternos de "compagnons de route", mas a razão de não os mostrar aqui é a mesmíssima conflitualidade entre a minha pouca habilidade para maquinetas e o SAPO.
Aliás, como o batráquio dificulta um pouco a postagem,o mais provável será eu mudar daqui, mais tarde ou mais cedo. Até porque a inclusão de vídeos também parece não funcionar...
Para colmatar um pouco este estado de coisas, tenho utilizado o seguinte endereço, onde espero ter o gosto da vossa companhia :
http://ourocru.spaces.live.com/
Para todas as pessoas que me têm dado o prazer da sua palavra, o meu sincero Obrigada!
A casa é vossa!
Um Domingo feliz!
Peço muitas desculpas, mas ainda estou de ressaca relativamente a ontem e esta escandaleira da Casa Pia (etc,etc,etc) só agravou o meu já mau estado de humor.
Aqui vos deixo mais um poemeto meu:
Nos velhos olhos precoces
Daquele velho menino
Existem velhas verdades
Que as velhas bocas não dizem:
Falam de fome e miséria,
De cansaço e de vício,
De tudo o que o matou
Ainda antes de viver
E que as pessoas ditas honestas
Têm medo de saber!
OBRIGADA!
Dia de Defuntos, festejado no México e instituicionalizado aqui.
Dia que me deu a notícia de que Alice e Inácio se renderam, após meses e meses de luta e dores, aos tumores malignos que os minavam sem piedade.
Ela, por morte natural; ele, por suicídio.
Por isso, aqui ponho em partilha um profundo poema de ManDrag,Senhor dos Dragões, onde dá conta da angústia que sempre acompanha a derradeira viagem.
Não há portas para abrir ou fechar
não há caminhos a percorrer
tens apenas de te manter desperto
no grande sono de Hades.
Serás sonhado
e as hediondas criaturas passarão por ti
através de ti
e em ti soltarão os teus medos
chamando-te ao baile.
Mas onde irás tu acostar a tua barca
se o Senhor Negro ainda não chamou o teu nome?
Luz e Paz para quem já atravessou a fronteira!
Tenho, graças a Deus, um círculo de amizades forte e constituído por pessoas de valor, com valores, sensibilidade e capacidade de indignação face às injustiças e desvergonhas que pululam por aí.
Como se não bastasse, acumulam com talento para diversas artes. Como, por exemplo, a escrita.
Neste grupo, inclui-se o meu querido João Carlos Pereira, que me deu a honra de escrever o prefácio do meu livro "Em Ouro Cru".
Pois é deste Homem feito em partes iguais de enorme sensibilidade e de uma vontade de ferro para lutar pelas suas convicções, que vos deixo este belíssimo poema.
ALPENDRE
De súbito,a plenitude, a felicidade.
Sob o alpendre, a mesa posta, farta, e a família à volta.
Era serena a tarde, com verdes e azuis
e voos de pássaros estivais.
As manchas do jasmim e das roseiras
coloriam o eco das palavras,
os risos tranquilos e os gritos alegres das crianças.
Nenhuma dor, angústia ou névoa a ensombrar
os olhos luminosos e os sons de pétalas e cristais.
Sob o alpendre,
naquele puro instante, nenhuma dor havia.
E, no entanto, até a mesa, maciça e nova,
silenciosamente apodrecia.
Sinceramente, a minha casa(esta nossa casa) não ficou linda com este "alpendre"?...
Bom feriado!
. NATAL