Soube esta manhã, aí pelas nove horas, que o teu corpo tinha finalmente cedido perante o cancro, essa doença maldita que nos aterroriza a todos e ninguém parece ter capacidade de vencer.
A tua morte, por tão aguardada, não causou surpresa. Mas provocou pena,muita pena. É mais alguém que parte irremediavelmente e nos deixa mais pobres.
Antes de te escrever, estive a rever aquela tua memorável interpretação de Nessum Dorma, de "Turandot" (obra grande do teu compatriota G. Puccini).
E está ali tudo quanto te fez objecto da nossa admiração: o poder de voz, a técnica e a emoção. Esta mistura grandiosa é de tal maneira avassaladora que não é só a nós, público, que transcende : tu próprio ficas subjugado!
Deixa-me agradecer-te a maneira sábia como ,talvez pelas tuas origens modestas, conseguiste aproximar a ópera de pessoas cujo gosto ,normalmente, não está nem desperto nem educado para tal género de música.
Claro :sofreste algumas críticas por saíres do casulo dourado de quem acha ser a élite. Que importa?
Seja como for, a tua magia permanecerá connosco...e isso é o mais relevante,sem dúvida.
Vai em paz , Luciano. Adio!
Saudações!
. NATAL